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Filarmónica Recreativa Cortense

Filarmónica Recreativa Cortense

Cortes do Meio, Concelho da Covilhã, Distrito de Castelo Branco

Doze exemplares da viola beiroa made in Idanha-a-Nova para evitar extinção

Doze exemplares da viola beiroa construídos em Idanha-a-Nova para evitar extinção 

A Câmara de Idanha-a-Nova e a Filarmónica Idanhense evitaram a extinção da viola beiroa através de um curso para construção deste instrumento tradicional, que culminou com a apresentação de 12 exemplares da viola, foi hoje anunciado.

“Quando idealizámos a nossa estratégia enquanto Cidade Criativa da UNESCO, na área da Música, este era um dos projetos [revitalização da viola beiroa] a levar por diante. Construíram-se 12 exemplares da viola beiroa com madeiras da melhor qualidade e resgataram-se memórias que fazem parte da nossa identidade”, refere em comunicado o presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto.

Há mais de 50 anos que a viola beiroa, um instrumento secular tradicional da Beira Baixa, estava praticamente extinta no concelho de Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco.

O município local e a Filarmónica Idanhense lançaram um curso de construção de viola beiroa, que foi iniciado a 01 de outubro, Dia Mundial da Música, por 12 formandos, e que terminou agora com a apresentação dos 12 exemplares deste instrumento que corporizam a aposta na oficina de construção e aprendizagem em Idanha-a-Nova.

“Isto permite-nos valorizar o nosso património cultural, criar autoestima nas populações, integrar de novo a Viola Beiroa nos nossos grupos culturais e internacionalizá-la para o mundo inteiro”, afirma o autarca de Idanha-a-Nova.

O curso que decorreu ao longo de quatro meses teve por referência o modelo da viola beiroa exposto no Museu Nacional de Etnologia, que era tocado por Manuel Moreira, de Penha Garcia, um dos mais influentes tocadores deste instrumento no concelho de Idanha-a-Nova.

“Conseguimos recuperar uma memória do concelho. A partir de agora, a produção regular e o ensino da viola beiroa são uma realidade”, explica o diretor artístico da Filarmónica Idanhense, João Abrantes.

A primeira série de 12 instrumentos vai ser disponibilizada para o ensino da construção e execução da viola beiroa e para utilização por grupos tradicionais do concelho de Idanha-a-Nova.

A Oficina da Música Tradicional está preparada para receber encomendas e comercializar o instrumento para todo o mundo.

Alisio Saraiva, coordenador do curso, tocador e o grande responsável por evitar a extinção da viola beiroa na Beira Baixa, estuda este instrumento há mais de 24 anos.

É também o responsável por uma nova e mais versátil afinação deste instrumento: “O modelo antigo não foi apenas recriado como também inovado, no sentido de o tornar mais funcional, sempre com respeito pelos traços que o definem”.