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Filarmónica Recreativa Cortense

Filarmónica Recreativa Cortense

Cortes do Meio, Concelho da Covilhã, Distrito de Castelo Branco

Vilde Frang venceu o Gramophone Award

 Resultado de imagem para Vilde Frang

Jovem artista norueguesa ganhou o Prémio Gramophone na categoria onde também concorria a portuguesa Maria João Pires

Chama-se Vilde Frang Bjaerke, mas para a arte o último nome não conta, e foi a vencedora do Gramophone Award para a Melhor Gravação do Ano na categoria Concerto

A gravação em causa é a quinta que faz para a Warner Classics, de que é artista exclusiva, e contém os concertos do inglês Benjamin Britten (1913-76) e do austríaco Korngold (1897-1957), datados, respetivamente, de 1939 e de 1945.

Ao vencer o Gramophone, Vilde deixou para trás os outros cinco nomeados, que eram: os pianistas Maria João Pires e Daniil Trifonov; o violetista Maxim Rysanov e os colegas Christian Tetzlaff e Janine Jansen. Nomeada com 29 anos, Vilde nem sequer era a mais nova no grupo: Daniil Trifonov é cinco anos mais novo e senhor de um percurso igualmente fulgurante: há três meses foi o escolhido para receber o Prémio de Música 2016 da Royal Philharmonic Society (Maria João Pires também era uma das pré-selecionadas). Aliás, considerando os seis nomeados, o maior concorrente de Vilde terá sido mesmo Trifonov.

Comparada a um elfo

Não é incomum ler-se que Vilde parece uma dessas criaturas sobrenaturais das mitologias nórdicas tornadas ultimamente muito populares devido aos filmes da saga O Senhor dos Anéis. E ela tem de facto uma aparência algo intemporal, reforçada, no seu caso, pelo aspeto ainda muito juvenil.

Outra curiosidade da sua infância é que o violino surgiu na sua vida por falta de espaço: como transportar três contrabaixos numa carrinha Volkswagen, além de uma família de quatro pessoas? Foi essa a pergunta que o pai se fez, considerando que a filha mais velha já tocava, como ele, o maior instrumento de cordas. Daí que recomendou que a filha escolhesse para si o mais pequeno!

Ensinada primeiro segundo o método Suzuki, Vilde depressa se tornou um fenómeno e começou logo a aparecer em concertos e com orquestras. No início da adolescência, Mariss Jansons, o grande maestro estónio, convidou-a para ser solista num concerto em que dirigia a Filarmónica de Oslo. Diga-se, de resto, que Vilde passou por uma galeria de grandes mestres: Henning Kraggerud, Kolja Blacher, Anna Chumachenko, Anne-Sophie Mutter e Mitsuko Uchida. Mormente as duas últimas foram decisivas na sua evolução e no seu lançamento internacional: Mutter tornou-se sua mentora (tinha Vilde 12 anos) e a Fundação que criou apoiou-a, enquanto Uchida (que é pianista) o fez no âmbito da bolsa do Fundo Borletti-Buitoni, de que é curadora.

Obama para tio

Num quiz a que se submeteu, ela escolheu Barack Obama ("gostava que ele fosse meu tio") como figura famosa que escolheria para seu parente. E explica que o seu nome próprio deriva de "selvagem". Apesar da carreira que já ostenta, afirma que sucessos e erros são 50/50 no seu percurso e que é a música que toca e que ouve que lhe conferem um "super-poder".

Vilde também diz coisas mais estranhas como: "em concerto, pensar é o maior inimigo da música. Eu nem sinto que estou a tocar violino"; ou que o seu ideal durante um concerto é "transformar-me eu própria em música, som, notas".

Confessa desejar "ter estado mais presente e com mais gosto" em certas salas onde atuou e que tem por ritual pré-concerto desligar por completo o telemóvel que fica no camarim: "É uma das muito poucas ocasiões em que o faço!"

Discografia de ouro

Como dissemos, foi ao quinto disco que Vilde chegou ao Gramophone. Antes deste, ela já tinha gravado três discos de concertos e um programa de recital. Aliás, a sua discografia começou logo de forma ousada, com o emparelhamento do Concerto n.º 1 de Prokófiev e do Concerto de Sibelius (mais três Humoresques deste último). Seguiu--se um programa de recital com o pianista Michail Lifits, preenchido com obras do compatriota Grieg (Sonata n.º 1), mais a Sonata para violino solo de Bartók e Richard Strauss (Sonata, op. 18) . O terceiro álbum voltou a juntar um escandinavo e um russo: o Concerto do dinamarquês Carl Nielsen e o famoso op. 35 de Tchaikovsky. Por fim, antes do CD agora premiado, Vilde foi para um registo totalmente diferente, dedicando um CD a Mozart, com os Concertos n.º 1 e n.º 5, mais a Sinfonia Concertante para violino, viola e orquestra.

O que se seguirá para a "selvagem" Vilde? Ela afirma que gostaria de cruzar experiências com outras artes e com músicos não clássicos. Mas sempre com a mesma seriedade e integridade que põe na arte que tão bem pratica. Vilde não acredita que a música clássica precise de "perder a alma" para chegar a públicos novos: "Ela pede-nos um esforço de apreensão, mas depois o que nos oferece em troca é imensamente gratificante!"

Festa do Avante abre portas já no próximo dia 2 de setembro

Festa do Avante abre portas já no próximo dia 2 de setembro 

Este ano comemoram-se os 40 anos da Festa do Avante que decorre já nos próximos dias 2, 3 e 4 de Setembro.

Com a integração da Quinta do Cabo nos terrenos da festa, resultado da sua aquisição, torna-se possível, com um extraordinário contributo de muitos amigos, já este ano, uma Festa do Avante (FA) com mais espaço e mais animação.

A Festa do Avante é única.

Construída com o esforço militante de muitos que a erguem todos os anos, como as dezenas que têm participado nas jornadas de trabalho por todo o país incluindo Castelo Branco e Guarda, que partilham o mesmo espaço na FA.

A Festa da juventude e de todas as idades, com um vasto programa cultural nos 10 palcos existentes, repleta de música, teatro, cinema, feira do livro e do disco, debates, desporto com mais de 27 modalidades, espaço criança, gastronomia, artesanato de todo o país e do mundo.

“O espaço de Castelo Branco e da Guarda terá, mais uma vez, os produtos da região, queijos, enchidos, os vinhos, os maranhos, entre muitos outros sabores que poderão ser apreciados, no restaurante e taberna regional e terá ainda patente uma exposição sob o tema ‘Lutas Operárias na Serra da Estrela – Dos anos 40 aos dias de hoje’, exposição composta por 12 painéis e que aborda o papel determinante que a luta representa no alcance de reivindicações das massas trabalhadoras, de grandes concentrações de operariado dos lanifícios na corda da Serra, em particular na Covilhã, Tortosendo, Seia e Gouveia”, refere a Comissão da Festa do Avante de Castelo Branco/Guarda em comunicado.

Todos os que queiram participar podem adquirir o bilhete (EP) nas sedes do PCP por 23 Euros  poupando 12 euros (dias da Festa).

Existe ainda uma excursão a partir do Tortosendo, concelho da Covilhã para os dias 3 e 4 de Setembro.

Banda portuguesa participa em tributo aos The Cure

Banda portuguesa participa em tributo aos The Cure

A banda portuguesa Lur Lur participa no tributo de uma editora brasileira aos britânicos The Cure, interpretando o tema «Lullaby», num trabalho lançado este mês e que envolve 32 canções recriadas por grupos de nove países.

Pedro Corte-Real, vocalista dos Lur Lur, respondeu à Lusa que a banda já vinha apresentando nos seus concertos uma versão do "Lullaby", música originalmente incluída no álbum "Desintegration" da banda inglesa The Cure.

"A nossa interpretação de "Lullaby" surge precisamente do arranjo que fizemos do tema para que resultasse ao vivo. Foi uma questão de trazer esse arranjo para estúdio. Como temos um dueto vocal, ficou um pouco mais diverso e inesperado", descreveu o artista também conhecido por Peter Peter.

Em resposta à agência Lusa, Renato Malizia, proprietário e curador da editora The Blog That Celebrates Itself Records (TBTCI), explicou que este e outros tributos lançados anteriormente visam "reverenciar bandas clássicas" com bandas que, na sua maioria, são "independentes e que não têm acesso as grandes 'media' e ao grande público".

O trabalho "The Cure in Other Voices" foi lançado a 01 de agosto em registo digital na plataforma do TBTCI no bandcamp, uma página online para artistas divulgarem e venderem a sua música.

A editora TBTCI conta "com mais de 60 títulos lançados, englobando artistas autorais" de vários países e diversos tributos, descreveu.

Os Lur Lur nasceram em 2011 em Lisboa, trabalhando pequenas 'demos' em formato acústico.

No ano seguinte, começaram com os concertos "com uma formação itinerante de músicos, por onde passou, inclusivamente, Nuno Cruz, dos Sétima Legião", recordou Pedro Corte-Real.

Após divulgarem alguns temas na Internet, a editora TBTCI descobriu-os e, em 2015, participaram no álbum de homenagem aos britânicos The Smiths, interpretando a música "Please, Please, Please, Let Me Get What I Want".

"Em novembro de 2015, o nosso primeiro EP, intitulado "Love Will Keep Us Together", foi editado pela The Blog That Celebrates Itself em formato físico e digital", acrescentou o vocalista.

Pedro Corte-Real adiantou que a banda espera actuar no Brasil no próximo ano.

Rock in Rio leva Plácido Domingo à Amazónia para cantar pelo ambiente e pelo mundo

Rock in Rio leva Plácido Domingo à Amazónia para cantar pelo ambiente e pelo mundo

O Rock in Rio, um festival de música que anualmente junta centenas de milhares de pessoas, apresenta, no sábado, um concerto único para apenas duas centenas, no meio de um rio da floresta amazónica.

Naquele que é o projeto mais ousado de Roberto Medina, que criou o Rock in Rio no Brasil em 1985 e o exportou para Portugal, em 2004 (desde aí realiza-se de dois em dois anos em Lisboa), o concerto do tenor espanhol Plácido Domingo acontece no Rio Negro, Manaus, e quer chamar a atenção para a proteção do ambiente.

Os organizadores do espetáculo único, montado num palco flutuante onde os espetadores também ficam numa estrutura flutuante, querem sensibilizar o mundo inteiro, transmitindo o concerto em direto através da internet ('live streaming'), algo que já está a ser preparado por uma equipa de 30 pessoas.

“Menina” é o novo álbum de Cristina Branco a sair em setembro

“Menina” é o novo álbum de Cristina Branco a sair em setembro

O novo disco de Cristina Branco, distinguida com o Prémio Amália Internacional, em 2007, intitula-se “Menina” e é editado a 15 de setembro, anunciou hoje a discográfica da cantora.

A criadora de “Não há só tangos em Paris” apresentou alguns temas do novo álbum no passado dia 13 de agosto, no Festival Bons Sons, em Cem Soldos, no concelho de Tomar.

“E às vezes dou por mim”, de André Henriques e Filho da Mãe, é o ‘single’ de apresentação do álbum que totaliza 12 temas, entre os quais “Ai esta pena de mim”, de Amália Rodrigues e José António Sabrosa, do repertório de Amália, e “Quando jugas que me amas”, de António Lobo Antunes e Mário Laginha.

Mário Laginha assina aliás outra composição, designadamente “Quando eu canto”, da poetisa Maria do Rosário Pedreira.

Segundo a mesma fonte, a intérprete de “Trago um fado” tem “desvendado” o novo álbum nas diferentes atuações em palcos internacionais, designadamente na Grécia, França e Alemanha.

No dia 03 de setembro, a cantora atua na Festa do Avante!, no Seixal, onde irá também cantar os novos temas.

A intérprete de “Bomba relógio” tem prevista uma digressão nacional com o novo álbum, que passará, entre outras, pelas cidades de Vila Real, Matosinhos, Figueira da Foz, Braga, Aveiro e Ponta Delgada.

Em novembro, Cristina Branco tem espetáculos agendados em França e Espanha, segundo a sua editora.

Do novo álbum, que sairá com a etiqueta Universal Music, fazem parte “Alvorada”, de Luis Severo, “A meio do caminho” (Nuno Prata/Peixe), “Deus à” (Cachupa Psicadélica), “Não há ponte sem nós” e “Saber aqui estar” (Pedro da Silva Martins & Luís José Martins), “Luto Mudo” (Kalaf Epalanga/Ricardo Cruz), “O gesta dela” (Ana Bacalhau/Luis Figueiredo) e “Boatos” (Jorge Cruz).

Cristina Branco começou a cantar em finais da década de 1990 e, em 1998, realizou a primeira deslocação à Holanda, a convite do Círculo de Cultura Portuguesa no país.

Desta experiência editou o álbum “Cristina Branco in Holland”, produzido por José Melo, ao qual sucedeu “Murmúrios”, que lhe valeu o Prix du Choc de la Musique, da antiga revista francesa Le Monde de la Music.

Em 1999, atuou pela primeira vez em Lisboa, e editou o álbum “Post-scriptum”, que, em França, nesse ano, foi considerado, pela imprensa musical, um dos melhores CD do mês.

Regressou à Holanda em 2000, onde gravou “Cristina Branco canta Slauerhoff”, um CD com poemas do poeta neerlandês J.J. Slauerhoff (que viveu em Lisboa e morreu em 1951), com música de Custódio Castelo. Este CD atingiu na Holanda o galardão Platina.

No ano seguinte assinou pela Universal Classics & Jazz de França, onde se mantém, e editou o CD “Corpo Iluminado”.

Em 2002, participou no documentário “The primadonnas”, juntamente com Jessye Norman, Dee Dee Bridgewater e Noa, entre outras, e a RAI convidou-a para um programa de homenagem ao Compositor Nicola Piovanni, que a acompanhou ao piano, interpretando, entre outros, o tema “Beautiful that way”, do filme “La vita e bella”.

Nesse ano realizou a primeira digressão aos Estados Unidos, atuando em 18 salas em 32 dias.

Depois de Maria João Pires, Amália Rodrigues e Maria Amélia Proença, Cristina Branco foi a quarta portuguesa a subir ao palco do Het Concertgebouw, em Amesterdão.

Em 2003 editou o álbum “Sensus”, dedicado à poesia erótica, e recebeu o Prémio Dick Bleyerveld da Câmara de Comércio Portugal-Holanda.

Atuou entretanto, em Londres, e foi cabeça de cartaz do Festival de Música e Artes de Melbourne, na Austrália, seguindo para uma digressão ao Japão.

Em 2005 a cantora, nascida há 43 anos em Almeirim, no Ribatejo, realizou seis concertos com a Orquestra Filarmónica de Drenthe, foi convidada pelo Senado francês para um concerto, pelo Parlamento Europeu, para uma recital, e ainda para atuar no dia Nacional da Holanda, na Exposição Universal no Japão, editando entreatnto o CD “Ulisses”, que deu mote à sua primeira digressão nacional.

Em 2006, homenageou Amália Rodrigues no CD/DVD “Live”, gravado ao vivo na Holanda, seguindo-se “Abril”, um álbum em que revisitou o repertório de José Afonso.

O CD “Kronos” saiu em 2009, no qual contou com as colaborações dos guitarristas José Manuel Neto e Bernardo Couto, o violista Alexandre Silva e o pianista Ricardo Dias. A este álbum sucederam-se, nos últimos anos, “Não há tangos em Paris”, “Alegria” e “Idealist”.

A prodígio do violino Vilde Frang vence os Prémios Gramophone

Jovem artista norueguesa soube ontem que ganhou o Prémio Gramophone na categoria onde também concorria a portuguesa Maria João Pires

No fim-de-semana, festejou 30 anos. Ontem, soube que tinha ganho o Gramophone Award para a Melhor Gravação do Ano na categoria Concerto. Chama-se Vilde Frang Bjaerke, mas para a arte o último nome não conta.

A gravação em causa é a quinta que faz para a Warner Classics, de que é artista exclusiva, e contém os concertos do inglês Benjamin Britten (1913-76) e do austríaco Korngold (1897-1957), datados, respetivamente, de 1939 e de 1945.

Ao vencer o Gramophone, Vilde deixou para trás os outros cinco nomeados, que eram: os pianistas Maria João Pires e Daniil Trifonov; o violetista Maxim Rysanov e os colegas Christian Tetzlaff e Janine Jansen. Nomeada com 29 anos, Vilde nem sequer era a mais nova no grupo: Daniil Trifonov é cinco anos mais novo e senhor de um percurso igualmente fulgurante: há três meses foi o escolhido para receber o Prémio de Música 2016 da Royal Philharmonic Society (Maria João Pires também era uma das pré-selecionadas). Aliás, considerando os seis nomeados, o maior concorrente de Vilde terá sido mesmo Trifonov.

Comparada a um elfo

Não é incomum ler-se que Vilde parece uma dessas criaturas sobrenaturais das mitologias nórdicas tornadas ultimamente muito populares devido aos filmes da saga O Senhor dos Anéis. E ela tem de facto uma aparência algo intemporal, reforçada, no seu caso, pelo aspeto ainda muito juvenil (a foto acima tem uns quatro anos, apenas).

Outra curiosidade da sua infância é que o violino surgiu na sua vida por falta de espaço: como transportar três contrabaixos numa carrinha Volkswagen, além de uma família de quatro pessoas? Foi essa a pergunta que o pai se fez, considerando que a filha mais velha já tocava, como ele, o maior instrumento de cordas. Daí que recomendou que a filha escolhesse para si o mais pequeno!

Ensinada primeiro segundo o método Suzuki, Vilde depressa se tornou um fenómeno e começou logo a aparecer em concertos e com orquestras. No início da adolescência, Mariss Jansons, o grande maestro estónio, convidou-a para ser solista num concerto em que dirigia a Filarmónica de Oslo. Diga-se, de resto, que Vilde passou por uma galeria de grandes mestres: Henning Kraggerud, Kolja Blacher, Anna Chumachenko, Anne--Sophie Mutter e Mitsuko Uchida. Mormente as duas últimas foram decisivas na sua evolução e no seu lançamento internacional: Mutter tornou-se sua mentora (tinha Vilde 12 anos) e a Fundação que criou apoiou-a, enquanto Uchida (que é pianista) o fez no âmbito da bolsa do Fundo Borletti-Buitoni, de que é curadora.

Aqui, o vídeo da Warner sobre a gravação premiada, com depoimentos de Vilde Frang e do maestro James Gaffigan, que dirige a Sinfónica da Rádio de Frankfurt:

 

Obama para tio

Num quiz a que se submeteu, ela escolheu Barack Obama ("gostava que ele fosse meu tio") como figura famosa que escolheria para seu parente. E explica que o seu nome próprio deriva de "selvagem". Apesar da carreira que já ostenta, afirma que sucessos e erros são 50/50 no seu percurso e que é a música que toca e que ouve que lhe conferem um "super-poder".

Vilde também diz coisas mais estranhas como: "em concerto, pensar é o maior inimigo da música. Eu nem sinto que estou a tocar violino"; ou que o seu ideal durante um concerto é "transformar-me eu própria em música, som, notas".

Confessa desejar "ter estado mais presente e com mais gosto" em certas salas onde atuou e que tem por ritual pré-concerto desligar por completo o telemóvel que fica no camarim: "É uma das muito poucas ocasiões em que o faço!"

Discografia de ouro

Como dissemos, foi ao quinto disco que Vilde chegou ao Gramophone. Antes deste, ela já tinha gravado três discos de concertos e um programa de recital. Aliás, a sua discografia começou logo de forma ousada, com o emparelhamento do Concerto n.º 1 de Prokófiev e do Concerto de Sibelius (mais três Humoresques deste último). Seguiu-se um programa de recital com o pianista Michail Lifits, preenchido com obras do compatriota Grieg (Sonata n.º 1), mais a Sonata para violino solo de Bartók e Richard Strauss (Sonata, op. 18) . O terceiro álbum voltou a juntar um escandinavo e um russo: o Concerto do dinamarquês Carl Nielsen e o famoso op. 35 de Tchaikovsky. Por fim, antes do CD agora premiado, Vilde foi para um registo totalmente diferente, dedicando um CD a Mozart, com os Concertos n.º 1 e n.º 5, mais a Sinfonia Concertante para violino, viola e orquestra.

O que se seguirá para a "selvagem" Vilde? Ela afirma que gostaria de cruzar experiências com outras artes e com músicos não clássicos. Mas sempre com a mesma seriedade e integridade que põe na arte que tão bem pratica. Vilde não acredita que a música clássica precise de "perder a alma" para chegar a públicos novos: "Ela pede-nos um esforço de apreensão, mas depois o que nos oferece em troca é imensamente gratificante!"

Metallica - Aviso: esta banda não se autodestruiu em oito anos

 

Os Metallica estão de volta. A maior banda de heavy metal do mundo apanhou os fãs de surpresa com o anúncio do sucessor do álbum Death Magnetic. Hardwired... to self-destruct vai ter dois discos, quase 80 minutos e chega já em Novembro. Nova música mostra um grupo nada afetado por algumas apostas fracassadas dos últimos anos

É natal em Agosto para os fãs dos Metallica. A banda de San Francisco, EUA, apanhou o mundo do heavy metal de surpresa ao anunciar o lançamento de um novo álbum de originais já em novembro.

"Ele realmente existe! São dois discos, quase 80 minutos de música que estão a caminho a 18 de novembro... sim, este ano!". Foi desta forma que os gigantes do hard "n" heavy anunciaram através do seu clube de fãs o muito esperado sucessor de Death Magnetic, lançado em 2008. O novo duplo álbum - o segundo da carreira da banda, depois do homónimo Metallica, o multiplatinado black álbum, simbolicamente lançado há 25 anos - intitula-se Hardwired... to self-destruct, nome retirado de uma das frases do primeiro single, Hardwired, lançado também ontem e que a meio do dia já tinha perto de dois milhões de visualizações no You Tube.

"Estamos obviamente para lá de excitados em partilhar novos temas com todos os nossos fãs", palavras do baterista e cofundador da banda, Lars Ulrich, que deixa antever o que se pode esperar mais para o final do ano. "Temos andado dentro e fora do estúdio com o [produtor] Greg Fidelman nos últimos 18 meses a aquecer a máquina criativa outra vez. Editar música nova e surpreender os fãs é o que mais adoramos fazer na vida, portanto apertem o cinto para o que aí vem".

E para já o que se ouve são riffs na linha de Death Magnetic, mas com uma composição mais direta e um som menos a "rebentar pelas costuras" do que no disco anterior, uma das principais críticas apontadas ao trabalho de produção do guru Rick Rubin. Entrevistado há alguns meses sobre a direção musical do novo trabalho, Lars Ulrich confirmou que as novas músicas eram "menos frenéticas" e explicou o que mudou no processo de composição do novo álbum. "Já não trabalhamos com o Rick, trabalhámos com o engenheiro de som do último disco, que produziu este, o Greg Fidelman. Então temos os mesmos elementos, mas explorámos mais aspetos sónicos. É provavelmente um álbum mais diverso do que o anterior". E diversidade é o que se espera de um disco que tem 12 músicas espalhadas por cerca de 80 minutos.

As notícias sobre as gravações de um novo trabalho dos Metallica foram saindo a conta gotas nos últimos anos. Conhecidos por fazerem largos intervalos entre álbuns, os muitos afazeres extra estúdio fizeram desta a pausa mais longa na carreira do grupo criado pelo vocalista James Hetfield e Ulrich em 1981. Foram oito longos anos recheados de apostas arriscadas e nem sempre bem sucedidas (alguma coisa a ver com o self-destruct do novo título?).

Sempre determinados em não estagnar num mesmo registo e no mesmo som - que o digam aqueles que ainda hoje se enchem de bílis quando se fala de discos como Load, Reload e St. Anger - que os elevou nas décadas de 1980 e 90 à categoria de banda universal, os Metallica decidiram nos últimos anos expandir fronteiras e tocar nos terrenos do cinema. Alavancados numa milionária conta bancária, decidiram produzir e coprotagonizar Through the Never, um filme realizado em 2013 por Nimród Antal que cruzava um concerto da banda com um argumento que fazia das ruas de Vancouver, no Canadá, a capital do apocalipse.

O projeto foi um enorme flop comercial - e, acrescentam alguns críticos, conceptual: entre o investimento e as receitas, resultou um prejuízo de cerca de 10 milhões de dólares (cerca de 9 milhões de euros). Na mesma altura, entre 2012 e 2013, os Metallica embarcaram numa outra aventura arriscada, criar o seu próprio festival. Depois de duas edições nos Estados Unidos - uma em Atlantic City e outra em Detroit -, o Orion Music + More foi cancelado devido a problemas financeiros.

A este experimentalismo - a que poderíamos somar a criação da sua própria produtora, a Blackened, pequenas digressões, reedições de álbuns clássicos, produções de moda... - junte-se a vontade de dedicar mais tempo à vida familiar para se ter um resultado final de oito anos para podermos ouvir músicas novas. Mas pela amostra, a espera pode ser recompensada.

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