Música para os ouvidos de quem gosta de música
O mercado assiste à chegada de novos produtos que têm por alvo os que apreciam som de alta qualidade. Porque "a música é um bocadinho mais do que um gigabyte de ficheiros".
Chamam-se TIDAL e Pono. Um é uma plataforma que disponibiliza música online de alta resolução e o outro é um leitor de áudio portátil de alta-fidelidade, criado pelo músico Neil Young. Os dois produtos aparecem porque há quem questione a forma como ouvimos música hoje em dia.
“Tudo o que seja para melhorar a forma como entregamos o áudio aos nossos clientes e aos ouvintes de música, como o Pono, por exemplo, é bom. Portanto, todas estas iniciativas que existem, apesar de não serem iniciativas conjuntas por parte de todos os fabricantes, são boas”, diz à Renascença Miguel Marques, técnico de masterização.
Primeiro, o vinil. Depois, o CD. Agora, o mp3. Esta evolução trouxe vantagens e desvantagens e, para as gerações mais novas, a música é, muitas vezes, apenas um ficheiro e não uma arte. A opinião é expressa por João Brandão, um dos proprietários dos estúdios Sá da Bandeira.
“Acho que, em primeiro lugar, houve uma grande desvalorização da música enquanto arte e enquanto negócio também. Se calhar, a solução passa por pessoas perceberem que a música é um bocadinho mais do que um gigabyte de ficheiros que sacaram num domingo à noite, para ouvir durante a semana num telefone. Parte, primeiro, pelas pessoas terem mais respeito por aquilo que estão ouvir e tentarem ouvir música com atenção e não como um ruído de fundo”, avisa João.
O TIDAL e o Pono são dois de alguns exemplos que querem remar contra a maré. Reaver a qualidade sonora de outros tempos sem comprometer aquilo que ouvimos.
In: RR