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Filarmónica Recreativa Cortense

Filarmónica Recreativa Cortense

Cortes do Meio, Concelho da Covilhã, Distrito de Castelo Branco

Cante alentejano já é Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO.

Cante alentejano: Distinção da UNESCO é «uma enorme vitória»

O presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo, Ceia da Silva, considerou hoje "uma enorme vitória" a classificação do cante alentejano como Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO, sublinhando ser um "orgulho" para o país.

Em declarações à agência Lusa, o responsável afirmou que se trata de uma "grande satisfação e um enorme orgulho" esta distinção, sublinhando que é "uma enorme vitória não só para o Alentejo, mas também para Portugal".
 
O presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo considerou ainda que a classificação constitui uma "homenagem ao caráter, à alma e à essência da cultura alentejana".

O cante alentejano, um canto coletivo, sem recurso a instrumentos e que incorpora música e poesia, foi hoje classificado como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

O comité aprovou a candidatura do cante alentejano e a sua inscrição na lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade.

Para Ceia da Silva, o cante alentejano é uma área que o Turismo do Alentejo e Ribatejo considera "decisiva" para o futuro do ponto de vista turístico, uma vez que está ligada à área identitária.

A classificação do cante alentejano insere-se na "estratégia global" do Turismo do Alentejo e Ribatejo para os próximos anos, tendo, do ponto de vista cultural, segundo Ceia da Silva, "repercussões incalculáveis", através do "reconhecimento de uma expressão única" da cultura portuguesa e da "forma de estar" de um povo.

Nesse sentido, Ceia da Silva disse que quer imprimir uma "dinâmica muito forte" a esta classificação, indicando que em 2015 vão ser criadas rotas e casas de cante.

"Queremos que sejam casas em que, além da gastronomia e da cultura alentejana que podem oferecer, o turista possa também usufruir de cante alentejano, tal como funciona uma casa de fados", declarou.

A candidatura do cante alentejano a Património da Humanidade foi entregue à UNESCO em março de 2013, depois de, em 2012, o Ministério dos Negócios Estrangeiros ter decidido adiar a sua apresentação, por considerar que o processo não reunia condições para ser aceite.

No final de outubro deste ano, uma comissão internacional de especialistas da UNESCO deu um parecer positivo à candidatura, que classificou como "exemplar".

A candidatura foi promovida pela Câmara Municipal de Serpa/Casa do Cante, com o contributo da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, da Casa do Alentejo, em Lisboa, da Confraria do Cante Alentejano e da Moda - Associação do Cante Alentejano.

O "(can)to da (te)rra", que "retrata a ligação umbilical do trabalhador com a terra-mãe", é um canto coletivo, sem recurso a instrumentos e que incorpora música e poesia, associado geograficamente ao Baixo Alentejo, segundo os promotores da candidatura.

A candidatura do cante alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade foi apreciada esta quinta-feira, em Paris, na 9.ª sessão do Comité Intergovernamental da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da Humanidade, e a decisão foi unânime. O cante alentejano foi integrado na lista.
O cante alentejano, uma das 46 candidaturas submetidas por vários países à inscrição na lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade, foi apreciada e aceite pela UNESCO, tal como sucedeu em 2011 com o Fado.

 

III Festival Fora do Lugar em Idanha-a-Nova. 28 NOV a 13 DEZ.

foradolugar

Música, cinema, fotografia voltam a “ocupar” lugares inesperados no concelho de Idanha-a-Nova.

A terceira edição do Fora do Lugar, Festival Internacional de Músicas Antigas, tem início hoje, dia 28 de Novembro, e vai decorrer até 13 de Dezembro, em vários lugares inesperados no concelho raiano de Idanha-a-Nova.

O Fora do Lugar arranca, em 2014, com concertos do português João Hasselberg em S. Pedro de Vir-a-Corça – Monsanto (sexta-feira, 28 de novembro) e do espanhol Emilio Villalba na antiga câmara de Salvaterra do Extremo (sábado, 29 de novembro).

Ao longo de três fins-de-semana, o Festival irá apresentar 7 concertos, ateliers e outras atividades, sendo que, nesta terceira edição, o Festival traz a Idanha e ao nosso país estrelas maiores do panorama nacional e internacional da música antiga e de cruzamento como a catalã Arianna Savall (filha de Jordi Savall) ou Galandum Galundaina.

O programa integra também uma exposição de Valter Vinagre e Pedro Guimarães, cinema, passeio pedestre em Monsanto e vários ateliers no Centro Cultural Raiano: construção de instrumentos reciclados e de instrumentos medievais (ambos no sábado, 29 novembro); iniciação à dança de Tango e oficina de construção de adufes (ambos no sábado, 6 dezembro); e ainda confeção de doces tradicionais em Monsanto (sexta-feira, 12 dezembro).

O Festival Fora do Lugar resulta da parceria entre a produtora Arte das Musas e o Município de Idanha-a-Nova (e com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura e da Direcção Geral das Artes), e assume-se como uma proposta do mundo rural virado para o país, para a Península Ibérica e para a Europa.

Com a direção artística de Filipe Faria, o Fora do Lugar – Festival Internacional de Músicas Antigas é hoje um dos projectos culturais mais relevantes na área da música na região. Pondo em diálogo diferentes formas e tempos da música desafia a uma atitude perante as músicas antigas, abordando, de um forma inovadora, os conceitos de erudito/popular e antigo/contemporâneo.

A entrada em todos os concertos é livre, sujeita à lotação das salas.

[SÍTIO]

 

Morreu aos 100 anos a pianista Nella Maissa

Morreu aos 100 anos a pianista Nella Maissa

A pianista de origem italiana Nella Maissa, que completou 100 anos em maio, faleceu no início da madrugada de ontem, em Lisboa, vítima de problemas respiratórios.

Em declarações à agência Lusa, Ricardo Maissa, filho da pianista, indicou que a mãe, que vivia no lar da Casa do Artista, em Lisboa, teve problemas respiratórios na noite de terça-feira e foi transportada para o Hospital de Santa Maria, onde viria a falecer pouco depois.

De acordo com a mesma fonte, o corpo da pianista está ainda no hospital e as cerimónias fúnebres ainda não foram marcadas, mas o funeral deverá ser realizado hoje, para o Cemitério Israelita.

Nascida em Turim, em 1914, Nella Maissa tornou-se portuguesa pelo casamento com Renato Maissa, em 1936, na sinagoga de Milão, em Itália, e veio viver para Portugal três anos mais tarde.

A sua última apresentação em público ocorreu em Junho de 2008, aos 94 anos, na Casa da Música, no Porto.

 

XJAZZ - Ciclo de Jazz das Aldeias do Xisto com novos concertos até Dezembro

XJAZZ - Ciclo de Jazz das Aldeias do Xisto com novos concertos até Dezembro

Até 20 de Dezembro, o XJazz – Ciclo de Jazz das Aldeias do Xisto apresenta um cartaz recheado de espectáculos e residências artísticas: Guitolão (28 de Novembro), João Gentil (7 de Dezembro), Funky Bones Factory (13 Dezembro) e Chibanga Groove + Ibrahima Galissa (20 Dezembro).

E para assistir a estes concertos e passar uns dias únicos numa das mais bonitas regiões portuguesas, as Aldeias do Xisto criaram uma promoção exclusiva: uma estadia de duas noites, com pequeno-almoço, para duas pessoas no valor de 60 euros.

 

DUO GUITOLÃO – 28 de Novembro, Welcome Center Aldeias do Xisto (Lousã) – 22:00

Inserido na residência artística que decorre entre 26 e 30 de Novembro, realiza-se a 28 de Novembro o concerto do duo Guitolão, composto por António Eustáquio (Guitolão) e Carlos Barreto (contrabaixo), no Welcome Center Aldeias do Xisto, na Lousã. A particularidade deste concerto é que o mesmo tem por base uma homenagem a um dos músicos portugueses mais carismáticos de sempre: Carlos Paredes. A partir de um sonho do guitarrista, tornado realidade pelo construtor Gilberto Grácio, o Guitolão é um novo instrumento musical nascido em Portugal: trata-se de um cordofone, baseado na guitarra portuguesa mas com um registo mais grave. A particularidade é que, e apesar de ser um desejo antigo de Carlos Paredes, o músico nunca chegou a tocá-lo. O encontro entre António Eustáquio e Carlos Barreto faz-se, pois, sob a égide deste raro instrumento que, nas mãos de António Eustáquio ganha vida. Com Carlos Barreto a seu lado, o resultado final está bem perto das suas principais características: autenticidade de criatividade


JOÃO GENTIL – 7 de Dezembro, Igreja da Misericórdia (Álvaro) – 15:00

João Gentil vem apresentar um trabalho baseado no eixo transatlântico entre a cultura Portuguesa, Francesa e Argentina, visitando o Brasil. Um concerto que promete unir vários géneros musicalmente muito próximos, fazendo uma fusão cultural que permite reviver o tango de Astor Piazzolla a Richard Galliano, de Amália Rodrigues a Edith Piaf, visitando alguns mestres brasileiros como Hermeto Pascoal e Pixinguinha. No acordéon estará João Gentil, no contrabaixo Miguel Calhaz e nas guitarras Miguel Veras.


FUNKY BONES FACTORY – 13 de Dezembro, Casa da Cultura (Góis) – 21:30
Os Funky Bones Factory são um grupo de operários que não se intimida com as tarefas mais pesadas, nomeadamente a de levar uma contagiante onda de groove metalúrgico ao encontro das suas audiências. A maquinaria é liderada pelo sousafone de Sérgio Carolino a quem se juntaram os seus camaradas de longa data: Ruben da Luz, Paulo Perfeito e Daniel Dias nos trombones, Rui Bandeira no trombone baixo, Miguel Moreira na guitarra e um elemento propulsor de alta potência que é Acácio Salero na bateria. O produto dos Funky Bones Factory é uma colecção de temas originais que espelha a criatividade e excelência dos seus elementos. O seu trabalho já esteve patente em locais tão diversos como o Festival de Jazz de Sines e o Gravíssimo! 3º Festival e Academia Internacional de Metais Graves em Alcobaça. Este é um concerto comemorativo do Dia Internacional das Montanhas.


CHIBANGA GROOVE + IBRAHIMA GALISSA – 20 de Dezembro, Casa das Artes (Mirando do Corvo) – 21:30
O Chibanga Groove de Johannes Krieger é como que uma versão mais reduzida da Tora Tora Big Band, com a particularidade de esta formação transnacional nascida em Lisboa enfatizar as influências africanas – e tanto da África magrebina como da negra, mais a Sul – num jazz que se pretende festivo, muito físico e com mais espaço para a improvisação. Além do trompetista, compositor e arranjador alemão envolvido em várias orquestras portuguesas, encontramos músicos como Dan Hewson, Francesco Valente e João Rijo, todos eles parte importante da cena nacional, apesar das suas diferentes origens. O convidado especial desta versão do grupo é um tocador de kora ligado à tradição mandinga e que podemos ouvir com os suíços Taffetas e com Maio Coope. O guineense Ibrahima Galissa está habituado a ligar os procedimentos griot com o jazz e mais uma vez tal se repete neste projecto que pretende devolver ao género de música nascido nos Estados Unidos a sua natureza popular e mestiça, numa fórmula multicultural que abraça tanto as convenções históricas como os factores progressivos da contemporaneidade. Tudo isto segundo a particular visão de Krieger, músico que se destacou em contextos tão diversos quanto os projectos que partilhou com Nuno Rebelo, Alípio C. Neto, Ricardo A. Freitas, Tito Paris, Amélia Muge e Yuri Daniel e que muito contribuiu para elevar a qualidade do nosso “bigbandismo” para o patamar em que actualmente se encontra. Este concerto comemora o Dia Internacional da Solidariedade.

 

XJazz Xperience
A par deste concerto, as Aldeias do Xisto desenvolveram uma campanha específica para todos os concertos do XJazz, o «XJazz Experience», que inclui a promoção de uma estadia de duas noites, com pequeno-almoço, para duas duas pessoas no valor total de 60 euros. Assim, os espectadores que queiram permanecer mais uns dias e descobrir o território das Aldeias do Xisto, têm aqui uma oportunidade para um fim-de-semana único.

A Rede das Aldeias do Xisto é um projecto de desenvolvimento sustentável, de âmbito regional, liderado pela ADXTUR – Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto, em parceria com 21 municípios da Região Centro e com cerca de 100 operadores privados. A ADXTUR congrega, assim, as vontades públicas e privadas de uma região, que se revêem na gestão partilhada de uma marca, na promoção conjunta de um território, na criação de riqueza através da oferta de serviços turísticos e, finalmente, na preservação da cultura e do património do mundo rural beirão.

 

Idanha-a-Nova candidata-se a Cidade da Música da UNESCO

 

Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, vai candidatar-se a Cidade da Música no âmbito da rede de Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), foi hoje anunciado.

«A acontecer, esta classificação patrimonial por parte da UNESCO irá ao encontro da estratégia de desenvolvimento do concelho», refere o presidente da Câmara de Idanha-a-Nova em comunicado enviado à agência Lusa.

Armindo Jacinto explica que a partir dos usos, costumes e tradições, «onde a música tem um lugar central, Idanha-a-Nova tem conseguido inovar e empreender para construir o futuro da região, sempre com o envolvimento das populações».

 

Primeiro álbum dos Resistência em 22 anos editado hoje

Primeiro álbum dos Resistência em 22 anos editado hoje

O CD ‘Horizonte’, que marca o regresso dos Resistência aos estúdios de gravação, após 22 anos de ausência, chega hoje ao mercado, com onze canções resgatadas ao repertório de outros grupos.

O novo álbum da banda que reúne, entre outros, Pedro Ayres Magalhães e Tim, é editado pela Warner Music e constituído por canções originalmente interpretadas por grupos como os Rádio Macau, Xutos & Pontapés, Delfins e Madredeus e A Banda Cósmica.

O CD ‘Horizonte’ é o resultado de "30 ensaios de 12 horas para escolher os temas, os intérpretes e distribuir os arranjos", disse Pedro Ayres Magalhães à Lusa.

"Os músicos iam-se substituindo de acordo com as horas e os dias em que podiam estar presentes", recordou o fundador dos Madredeus, que sublinhou: "Mas eu estive sempre lá".

"Ter a oportunidade de trabalhar com a Resistência produz sentimentos raros, não só pela dificuldade das agendas e pelas memórias que evoca mas principalmente pela música que se consegue produzir, única e cheia de personalidade", afirmou por seu turno Tim, o vocalista dos Xutos & Pontapés, em declarações à Lusa.

Para Tim, "este disco é a celebração dessa descoberta, de que este som e esta mensagem se encontram inscritos no éter e que os podemos saborear se, para isso, estivermos dispostos".

Entre as canções escolhidas estão ‘Vai Sem Medo’, do álbum ‘A Nova Aurora’, de Madredeus e A Banda Cósmica, ‘Cidade Fantasma’, do álbum ‘O Elevador da Glória’, dos Rádio Macau, ‘Ser Maior’, do álbum ‘Ser Maior, Uma História Natural’, dos Delfins, e ‘Deitar a Perder’, do álbum ‘XIII’, dos Xutos & Pontapés.

O projeto Resistência, em 2012, fez um reagrupamento, integrando os músicos Mário Delgado e Pedro Jóia, que estão também neste regresso da banda, com Alexandre Frazão, Dudas, Fernando Cunha, Fernando Júdice, José Salgueiro, Miguel Ângelo, Olavo Bilac, Pedro Ayres Magalhães e Tim.

 

Katia Guerreiro diz que o seu novo CD é «uma viragem de carreira»

Katia Guerreiro diz que o seu novo CD é «uma viragem de carreira»

A fadista Katia Guerreiro afirma que o seu novo álbum, «Até ao Fim», revela «uma viragem e, ao mesmo tempo, uma definição de carreira».

O álbum, com a etiqueta da Uau, é constituído por 12 temas, um deles assinado pela fadista, pela primeira vez, em música e letra, "Eu gosto de ti (canção para a Mafalda)", que é um dedicatória à sua filha de dois anos, que inspirou também outro fado, "Nesta noite", música e letra de Paulo Valentim, que já assinou outros temas para a fadista, como "Segredo", e a acompanhou à guitarra.

"O Paulo começou a compô-lo em Macau, onde esteve, e quando a veio conhecer ofereceu-lho, e eu achei que fazia todo o sentido inclui-lo neste CD", disse à Lusa Katia Guerreiro.

O álbum surge seis anos depois do último álbum de inéditos da fadista, período durante o qual editou o CD "Fados do Fado", e o CD/DVD do seu espetáculo em 2012, no Olympia, em Paris.

Trata-se de "uma viragem porque tenho músicos novos a trabalhar comigo, e que se dedicaram de alam e coração a este novo projeto, porque decidi desta vez não tomar as rédeas sozinha e ter um produtor musical [Tiago Bettencourt] ao meu lado, desresponsabilizando-me de grande parte das decisões em relação ao disco e à parte musical", disse a fadista ressalvando que o repertório foi escolhido por si.

"Por outro lado, deixa-me revelar um pouco mais de mim, de uma forma mais leve, mais descontraidamente, do que acontecia anteriormente, acrescentou.

A fadista referiu os cerca de 15 anos de carreira que lhe ensinaram muito. "Há um conceito musical composto de várias experiências e convivências musicais", realçou.

Amália Rodrigues continua a ser "uma matriz", reconheceu a fadista que, neste álbum, recria "À Janela do meu peito", de Alberto Janes, do repertório da diva, e ainda "Quero Cantar para a Lua", de autoria de Amália, poema musicado por Pedro Castro, um dos músicos que a acompanha.

A fadista realçou a importância dos músicos nesta nova faceta. São eles, na guitarra portuguesa, Pedro Castro e Luís Guerreiro, na viola, João Mário Veiga, que a acompanha desde a sua estreia nas lides fadistas, e, na viola baixo, Francisco Gaspar, que apresentou como "um jovem talento, discípulo de Joel Pina", e que foi buscar ao jazz para o trazer para fado - "e parece que muito bem, pois é excelente e todos aprendemos com ele", disse.

O alinhamento inclui uma letra de Rita Ferro, "Mentiras", que Pedro Castro musicou, um tema de autoria, letra e música, de Paulo de Carvalho, "9 Amores", uma homenagem aos Açores, arquipélago onde a fadista, nascida na África do Sul, viveu.

Dos Açores há ainda uma referência ao poeta Rui Machado, seu professor de Filosofia que reencontrou, e de quem canta "Fado dos Contrários", escrito propositadamente para Katia Guerreiro, e que canta no fado Triplicado, de José Marques.

"Disse-te ao mar que te amava", de José Fialho Gouveia, no fado Franklin de Sextilhas, foi um dos destaques da fadista que revelou ter sido ela quem desafiou o jornalista a escrever e que conta fazer um álbum apenas com poemas de Fialho Gouveia.

"Tenho uma gaveta cheia de poemas do José Fialho [Gouveia] e esse projeto já esteve em marcha, era para ser feito com o maestro Pedro Osório, que entretanto foi à sua vida", disse a fadista referindo-se à morte do compositor, em 2012.

Do poeta Vasco Graça Moura, Katia Guerreiro interpreta dois poemas, "Até ao Fim" e "As Quatro Operações", musicados respetivamente por Tiago Bettencourt e por Pedro Castro com Bettencourt.

Outro poeta que escolheu, e que já tinha interpretado, é de Sophia de Mello Breyner Andresen, de quem gravou "Sei que estou só", que Bettencourt musicou.

Entre as surpresas do álbum, Katia Guerreiro referiu Samuel Úria que escreveu para si "Fado que nos fez", que interpreta no fado Versículo, de Alfredo Marceneiro.

A fadista afirmou que vai apresentar este CD apenas no circuito "das FNAC", prevendo para a primavera os primeiros concertos em palco.

"Dou tempo ao tempo. Quero que as pessoas conheçam primeiro o disco. É muito mais interessante apresentar os temas com as pessoas já a conhecê-los", rematou.

Resistência regressa com álbum «Horizonte»

 

A banda Resistência, da qual fazem parte, entre outros, Pedro Ayres Magalhães e Tim, edita um novo álbum, “Horizonte”, no dia 24 de novembro, após 22 anos de ausência dos estúdios de gravação, anunciou hoje a discográfica Warner Music.

O novo álbum é constituído por 11 canções resgatadas ao repertório de outros grupos, como os Rádio Macau, Xutos & Pontapés, Madredeus e A Banda Cósmica, e Delfins.

O CD "Horizonte" é o resultado de “30 ensaios de 12 horas para escolher os temas, os intérpretes e distribuir os arranjos - os músicos iam-se substituindo de acordo com as horas e os dias em que podiam estar presentes”, afirma Pedro Ayres Magalhães, que sublinha: “Mas eu estive sempre lá”.

"Ter a oportunidade de trabalhar com a Resistência produz sentimentos raros, não só pela dificuldade das agendas e pelas memórias que evoca mas principalmente pela música que se consegue produzir, única e cheia de personalidade”, declara por seu turno, Tim.

Para Tim, que faz parte dos Xutos & Pontapés, “este disco é a celebração dessa descoberta, de que este som e esta mensagem se encontram inscritos no éter e que os podemos saborear se para isso estivermos dispostos”.

O projeto Resistência, em 2012, fez um reagrupamento, integrando os músicos Mário Delgado e Pedro Jóia, que estão também neste regresso da banda com Alexandre Frazão, Dudas, Fernando Cunha, Fernando Júdice, José Salgueiro, Miguel Ângelo, Olavo Bilac, Pedro Ayres Magalhães e Tim.

A escolha das canções teve em conta “a importância das palavras e das guitarras” contextualizadas “no som de uma orquestra acústica de onze músicos”, disse fonte da discográfica.

Entre as canções escolhidas estão “Vai Sem Medo”, do álbum “A Nova Aurora”, de Madredeus e A Banda Cósmica, “Cidade Fantasma”, do álbum “O Elevador da Glória”, dos Rádio Macau, “Ser Maior”, do álbum “Ser Maior, Uma História Natural”, dos Delfins, e “Deitar a Perder”, do álbum “XIII”, dos Xutos e Pontapés.

“O nosso ‘Horizonte’ foi construído para se alcançar, agora metidos ao caminho, vamos ver que surpresas nos esperam”, afirma Ayres Magalhães, que acrescenta: “Ao ser chamado a produzir e dirigir os trabalhos em estúdio deste ‘Horizonte’, senti sempre que era uma oportunidade de mostrar a minha gratidão pessoal a cada um deles, e que era esse sentimento a dar-me força para esperar pelo fim dos trabalhos, ocupando me de todos os detalhes com o maior zelo e rigor quase perfeito”.

“Foi realmente um belo trabalho de que torno a sair muito grato a toda a gente que participou”, remata o músico, que, entre outras, dá voz a “Perfeito Vazio”, do álbum “Xutos e & Pontapés”, editado por este grupo em 2009.

Do alinhamento do CD, faz ainda parte “Balada do Bloqueio”, do álbum homónimo dos Delfins, de 2007, “Melhor Amigo”, do álbum “Companheiros de Aventura”, de Tim, e “Baloiçando nas Estrelas”, do álbum “A Nova Aurora”, de Madredeus e A Banda Cósmica.

 

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