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Filarmónica Recreativa Cortense

Filarmónica Recreativa Cortense

Cortes do Meio, Concelho da Covilhã, Distrito de Castelo Branco

Festival Grande Orquestra de Verão - Filarmonia das Beiras em Castelo Branco. 21 SET, 21h30, Cine-Teatro Avenida.

 
FESTIVAL GRANDE ORQUESTRA DE VERÃO
O Festival Grande Orquestra de Verão é uma festa de música sinfónica. A Banda da Armada, a Banda Sinfónica da GNR, Olga Prats, o Quarteto Lopes-Graça, um Ensemble de Metais, a Orquestra do Algarve, a Filarmonia das Beiras, a Metropolitana de Lisboa e a Orquestra do Norte formam a Grande Orquestra de Verão.
 

Orquestra Filarmonia das Beiras

 

A Orquestra Filarmonia das Beiras interpreta a «Sinfonia n.º 40», KV 550 de Mozart, a «Sinfonia n.º 5» op. 167, de Victorino D’Almeida e «Tea for Two» de Dmitri Chostakovitch, no Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco, sexta feira, dia 21 de setembro pelas 21h30.

 

festival grande orquestra de verão

Wolfgang A. Mozart
Sinfonia n.º 40, KV 550
I. Molto allegro
II. Andante
III. Menuetto: allegretto
IV. Allegro assai

festival grande orquestra de verão

 

António Victorino d’Almeida
Sinfonia n.º 5, op. 167

festival grande orquestra de verão

 

Dmitri Chostakovitch
Tea for Two

 
 
"Parece-me ser de escassa utilidade insistir-se na transmissão de informações destinadas àqueles que, em boa verdade, não queiram saber…
Mas haverá realmente quem não queira saber? Ou não será que esta acusação até representa uma cruel injustiça em relação àqueles – que efetivamente ainda são muitos… – que tiveram e têm os caminhos para a cultura e para a própria instrução mais elementar sujeitos às contingências da canção hoje muito famosa do Sérgio Godinho: «acesso bloqueado»…?
Ora, parece-me indispensável esclarecer que aqueles que não querem de facto saber são muitas vezes os mesmos que até sabem qualquer coisa, mas que omitem e deturpam aquilo que lhes chega ao conhecimento – mesmo que seja rudimentarmente –, pois trata-se de algo que entraria em perigosa rota de colisão com os produtos que vendem e impingem de mil maneiras, incluindo em termos gratuitos, com objetivos que só eles lá sabem…
Como já dizia Camilo de Castelo Branco, «a estupidez tem intuitos impenetráveis», pelo que não valerá muito a pena ocupar-nos com as verdadeiras intenções dos distribuidores de fancaria intelectual, bastando talvez ter-se a certeza de que não é a generosidade aquilo que os move. Nem a generosidade, nem a solidariedade…
A estupidez talvez até possa ser lúcida – e, deste modo, consciente ou mesmo astuciosa – pois há tipos de astúcia que são uma forma de velhacaria… – nas opções que faz e leva a fazer pelo erro, pela banalidade, rotina e sobretudo pela indigência das ideias, da estética e dos sentimentos.
Em Portugal, muitos dos maiores vultos da música têm sido ignorados e omitidos, nos acessos – efetivamente bloqueados – ao seu conhecimento, parecendo-me aqui muito claro o intuito de se conseguir que as maiorias pensem que, hoje em dia, os conceitos de arte musical são totalmente outros, que as obras sinfónicas estão em extinção, ou que a ópera, por exemplo, é uma coisa qualquer que há ali para os lados do antigo Governo Civil de Lisboa…
O veículo da Internet – embora também seja um dos mais propícios à disseminação da sordidez e da abjeção – torna muito fácil verificar que tudo isso é pura mentira e, que por todo esse mundo, em teatros de ópera com funcionamento diário, em milhares de salas de concerto, em gigantescos auditórios ao livre, são praticamente incontáveis os milhões de pessoas que ouvem e praticam a grande música de hoje, de ontem, incluindo aquela que já será talvez a de amanhã e, sobretudo, é a de sempre.
Só não o confirma quem não o quiser fazer. Mas aí voltamos à problemática dos intuitos impenetráveis…
A possibilidade de contarmos com orquestras, mormente sinfónicas, espalhadas por todo o país durante os meses que separam as datas de 14 de junho e 30 de setembro, permitirá acalentarmos a justa esperança de se arrancar o nosso país a essa «austera, triste e vil tristeza» em relação ao que realmente se passa no mundo em termos de música, mostrando que os públicos portugueses, tanto ou mais do que alguns outros, estão aptos a partilhar a mensagem de uma cultura que também é sua e a viverem momentos que, assim se espera, se tornarão inesquecíveis.
Porque a grande música não se consome: partilha-se. E é através do fenómeno misterioso dessa partilha que ela realmente se constrói e transforma num valor universal – e essencial!"

António Victorino D’Almeida