Instituto de Museus trabalha em rede regional
O director do Instituto de Museus e Conservação anunciou em Castelo Branco que a região Centro está a começar a delinear a sua Rede Regional de Museus, à semelhança do que já acontece no Algarve e está em fase de implementação no Alentejo.
João Carlos Brigola interveio na sessão inaugural do Mouseion - terceiro encontro transfronteiriço de museologia, que vai decorrer até domingo, no Museu de Francisco Tavares Proença Júnior, sob o tema “Museus para o futuro: La Frontera que nos une”.
“Nesta região estamos a preparar, com a ajuda da Direcção Regional de Cultura do Centro, a criação da sua Rede Regional de Museus, pois a região Centro deve acompanhar este movimento”, explica, revelando que, em 2011, “deve também promover aqui um encontro com todos os museus da região, para se chegar à consolidação desta rede”.
Para João Carlos Brigola, “é fundamental que os museus, apesar da sua credenciação individual, que não devem perder, pertençam a uma rede, de adesão voluntária, que reforça a sua complementaridade, à semelhança do que acontece em muitas regiões europeias, inclusive em Espanha”.
Pedro Pitta, director regional de Cultura do Centro, corroborou a necessidade de se estabelecer esta “articulação consciente entre os museus”, acrescentando que “na região os museus estão profundamente ligados à história e à identidade do território”.
Estas redes regionais integram um projecto abrangente e estruturante da política museológica nacional, que “é um sistema organizado de museus, baseado na adesão voluntária, configurado de forma progressiva e que visa a descentralização, a mediação, a qualificação e a cooperação entre museus”, referiu.
A Rede Portuguesa de Museus tem como objectivos, nomeadamente, “a valorização e a qualificação da realidade museológica nacional, a cooperação institucional e a articulação entre museus", assim como "a descentralização de recursos, o planeamento e a racionalização dos investimentos públicos em museus".
No âmbito da reestruturação política da rede de museus, colocou-se a hipótese de municipalizar alguns deles, hipótese que em Castelo Branco começou por ser rejeitada pelo autarca Joaquim Morão.
Na sessão, porém, a vereadora da Cultura, Cristina Granada, afirmou que “o município de Castelo Branco está disponível para acompanhar a evolução, até política, destas estruturas, como o museu", acrescentando que "a autarquia assumirá e respeitará as suas responsabilidades nesta área”.