CURIOSIDADES - FREGUESIA DE MATA - LOCAL ONDE ESTAREMOS A ACTUAR NA 2ª FEIRA DE PÁSCOA
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Região habitada desde tempos muito remotos. Esta antiga freguesia era curato da apresentação dos fregueses, no termo de C. Branco. Orago – Santa Margarida. Até finais do séc. XV, inicio dos século XVI estava dependente da freguesia de Escalos de Cima. Em 1757 tinha 45 fogos. Em 1960 – 1132 habitantes e 365 fogos.
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Toponímia: Designação ligada ao povoamento florestal da área. O cobrão é o nome que o povo dá a uma doença de pele caracterizada pelo aparecimento de pequenas vesículas que surgem, segundoa a crença, devido à circunstância das roupas interiores, quando se encontram a secar, terem estado em contacto com qualquer bicho peçonhento: cobra, osga, lagarto ou lagartixa, bichos esses que nelas deixaram, como se diz em Cebolais de Cima, o seu rastejo. É o veneno contido nesse rasto que, em contacto com a pele, desencadeia a doença. Para curar o doente repetia-se esta fórmula: Eu te rezo cobrão, Com palha de alho E gume de navalha E gume de malho, Para que não cresças, Não enverdeças Não ajuntes o rabo com a cabeça (A.A.C.) A curandeira reza em seguida um padre-nosso e uma Avé-Maria, oferece as orações a S. Silvestre, acrescentando: "em louvou de S. Silvestre/para que este cobrão seque".Depois reza outro Padre nosso e outra Avé-Maria e oferece-os em "louvor das pessoas divinas da Santíssima Trindade, que se elas quiserem, pode curar este cobrão para que este corpo viva em liberdade". Reza-se por fim outro Padre nosso e outra Avé-Maria e oferece-os em "louvor das chagas de Cristo Nosso Senhor", dizendo: "Jesus Cristo, cura este cobrão tem curado, como se curaram as tuas cinco chagas em Belém. Fico por conta de Deus. Amén." Todo este formulário se repete durante três dias e mata-se o cobrão também por três vezes batendo com um malho num pau. Neste fórmula as últimas palavras" não ajuntes o rabo com a cabeça" evidenciam o tumor da crença que a pessoa morrerá se o cobrão fechar um anel em volta da parte do corpo atingida pelo mal. O gesto enfeitiçante ou de possessão para desligar a pessoa da doença é aqui feito pelo bater três vezes com um malho num pau. A eficácia dos ritos verbais depende da sua repetitividade . Nesta fórmula, o número de vezes que as palavras devem ser repetidas, bem como o gesto enfeitiçante para que a sua eficácia se manifeste é de três – número de perfeição segundo alguns autores, símbolo sexual para Freud, número ligado às três pessoas da Santíssima Trindade, para outros autores. |