A “inestimável participação cívica” foi o principal saldo das Comemorações do Centenário da República que foram “mais do que celebrações esvaziadas, porque houve um colectivo que as assumiu”, disse a comissária das comemorações. A comissária das celebrações, Fernanda Rollo, salientou o facto de as populações terem descoberto na sua região “uma série de realidades que não tinham consciência, tendo encontrado património que é valioso”. A historiadora referiu ainda que a Comissão Nacional para as Comemorações da República gastou 8,5 milhões de euros de um orçamento previsto de dez milhões euros. A Comissão, conforme o diploma legal que a instituiu, extingue-se a 31 de Agosto, mas até ao final do ano irão sair edições através da Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM), da Caleidoscópio “e outras editoras”, nomeadamente a reedição da primeira Constituição republicana. A primeira Constituição da República, aprovada em 1911, será reeditada na coleção “Respublicana” da INCM, com as anotações da época de Marnoco e Sousa, e agora também com prefácio de Gomes Canotilho que “será editada entre Agosto e Setembro próximos”, disse. Em termos de actos comemorativos estão ainda por agendar uma sessão solene na Assembleia da República evocativa da Constituição de 1911, e a inauguração de um mural com as mãos de cem crianças impressas em bronze, no seguimento da celebração feita em 05 de Outubro do ano passado na Câmara de Lisboa em que as crianças fizeram os moldes em barro. Aquando da sessão evocativa da primeira Constituição da República, Fernanda Rollo pretende que seja a altura para depositar no Parlamento a matriz da gravação de “A Portuguesa”, de Henrique Lopes de Mendonça e Alfredo Keil, pela Banda da GNR acompanhando o coro do Teatro Nacional de S. Carlos e sendo solista, a soprano Elisabete de Matos. “Não havia até aqui qualquer gravação fixa do Hino Nacional. Fizemos a gravação em Dezembro de 2009, distribuímo-la a diferentes associações e às escolas, e queremos deixar a matriz no Parlamento”, disse. À Lusa a comissária das comemorações adiantou que os conteúdos digitais produzidos pela Comissão ficarão disponíveis on-line “por mais cinco anos, pelo menos”. Por outro lado, todos os conteúdos produzidos pela Comissão e o seu fundo bibliográfico ficarão à guarda numa espaço que será cedido pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, sob a égide de uma comissão constituídas por representantes das diferentes entidades e instituições que integraram a Comissão. As diferentes exposições do Centenário da República foram vistas por mais de 220.000 pessoas, tendo sido a mais vista a mostra “Resistência. Lutar pela Liberdade. Da alternativa republicana à resistência à Ditadura. 1891-1974”. Esta mostra esteve patente na antiga Cadeia da Relação, no Porto, actual Centro Português de Fotografia. A exposição foi visitada por 53.264 pessoas. A FRC participou no tocar do "Hino de Portugal - A Poruguesa", em uníssono virtual, na manhã do dia 5 de Outubro. |