O Festival Lisboa Cantabile, que começa hoje, dia 02 de Setembro e se prolonga até dia 11 de Setembro, apresenta recitais de músicos virtuosos que interpretarão "um repertório variado do barroco à contemporaneidade", disse a directora artística Diemut Poppen.
A violista Diemut Poppen afirmou à Lusa que uma das características do certame "é que todos os músicos se conhecem, são amigos, e estudaram ou tocaram na Alemanha" para além do "alto nível de actuação a que se exigem".
"São músicos idealistas com paixão pela música e em tocar, mas também com um elevado nível de exigência", disse Poppen, que lecciona na Escola de Música Rainha Sofia, de Madrid.
Durante o Festival organizado pelo Instituto Alemão de Lisboa, serão escutadas composições de Johann Sebastian Bach a Robert Crumb, com especial ênfase na produção do alemão Robert Schumann de que se celebra este ano o 200.º aniversário do nascimento.
"Foram as salas onde decorrerão os recitais a minha principal inspiração para a escolha do repertório que inclui grandes obras de Mozart, Strauss, Schnittke, Brahms e Ravel”, afirmou a violista nascida em Munster (Vestefália).
O Festival decorrerá no MUDE - Museu do Design e da Moda (antiga sede do Banco Nacional Ultramarino), no Teatro de S. Carlos, na Fundação Gulbenkian (onde se cruza com o Festival Mozart), no Centro Cultural de Belém e no Instituto Alemão, em Lisboa, e ainda nos palácios de Mafra e de Monserrate (Sintra).
Este é um Festival de música de câmara, isto é, cujos programas concertísticos são constituídos por obras compostas para grupos de instrumentistas que não excedem os 10 elementos. Neste conceito integram-se os solistas de cordas e alguns de sopro.
Além dos concertos haverá “masterclasses” abertas ao público, tendo Diemut Poppen destacado as dirigidas "pelo grande barítono Tom Krausse, mundialmente famoso".
O barítono finlandês estreou-se na ópera, em Berlim, em 1959, e em 1962 fez a sua estreia no Festival de Bayreuth. Krausse, de 76 anos, pisou todos os importantes palcos operáticos, designadamente o Alla Scala, de Milão, a Ópera Garnier, de Paris, a Metropolitan Opera House, de Nova Iorque e o Covent Garden, em Londres, entre outros.
O cantor lírico apresentará as suas "masterclasses" de 02 a 09 de Setembro no Teatro de S. Carlos, na sala nova do coro, acompanhado pelo pianista Nicholas McNair e a soprano Laia Falcón, e dirigirá um concerto de encerramento no salão nobre.
O Palácio de Monserrate será o cenário do concerto de abertura, no dia 04, com Elina Vähälä (violino), Diemut Poppen (viola de arco) e Alexander Chaushian (violoncelo), num concerto totalmente dedicado a Bach e de que serão tocadas, entre outras, a suite n.º1 em Sol Maior (BWV 1007), para viola solo, a suite n.º3 em Dó Maior (BWV 1009), para violoncelo solo, e a Ciaccona da Partita n.º2 em Ré menor (BWV 1004), para violino solo.
Bach é também um dos compositores escolhidos para o concerto de dia 06 no Palácio de Mafra. Neste concerto na Biblioteca do Convento, o mesmo trio interpretará também uma peça de Paul Hindemith.
Diemut Poppen salientou o concerto do bicentenário do nascimento de Schumann, no dia 07, no Teatro de S. Carlos em que será interpretado “Dichterliebe” (opus 48) - ciclo de 16 canções com poemas de Heinrich Heine - pelo tenor Maximilian Schmitt acompanhado pelo pianista Ralf Gothóni.